Ao contrário do que geralmente se pensa, o trabalho de uma Doula difere bastante do trabalho de uma Parteira (também denominada atualmente de Enfermeira Obstetra). E infelizmente, muitas mulheres não tem noção dessa diferença, realizando decisões precipitadas em escolher qual profissional te acompanhará em cada momento da sua gestação. Saiba os principais papéis e serviços de cada profissão:
Funções da Doula
O serviço de uma Doula não é relacionado à obstetrícia e nem necessita de formação acadêmica. Seu significado oriundo da língua grega, denominado como “mulher que serve”, se relaciona à sua principal função: dar assistência à mulher grávida. Nesse sentido, a Doula acompanha a gestante desde a fase pré natal, até o momento do parto e alguns meses do pós parto; oferecendo total apoio emocional e segurança para receber seu filho da melhor forma.
A Doula possui papel pedagógico e educacional de ensinar à gestante sobre o trabalho de parto, protocolos hospitalares necessários e desnecessários, humanização do parto, aleitamento, entre outros. Para além dessas funções, ela também é responsável em trabalhar o psicológico e emocional da mulher para o momento do nascimento, garantindo seu protagonismo neste processo natural.
Durante o parto, a Doula garante à sua gestante um local aconchegante para receber seu bebê. Dessa forma, oferece técnicas como as terapêuticas (que trabalham principalmente com cheiros, luminosidade e/ou música ambiente), de respiração, de posicionamento e de massagens. Após o nascimento, a Doula realiza visitas domiciliares à nova família, atendendo desde a amamentação até os primeiros cuidados com o bebê; fortalecendo, assim, o vínculo com seu novo bebê.
Estudos científicos recentes afirmam que a presença de uma Doula reduz em 60% os pedidos por anestesia, 50% a taxa de cesáreas, 40% o uso de ocitocina sintética e 20% o tempo de duração do trabalho de parto. Ademais, seu trabalho também garante o parto mais humanizado possível e sobretudo, a maior satisfação da mulher com o próprio parto.
Funções da parteira
Até o final do século XIX os partos ocorriam, em sua grande maioria, nas residências das gestantes e eram assistidos principalmente por parteiras. Porém, com a maior demanda pela institucionalização do parto após a Segunda Guerra Mundial, o trabalho das parteiras foi substituído por equipes médicas. Consequentemente, tal mudança no cenário do nascimento tornou-se invasivo para a mulher – pelas constantes intervenções médicas desnecessárias que são realizadas – e deixou de ser um momento natural e acolhedor.
Atualmente, o trabalho da parteira voltou a ser valorizado, devido ao crescimento dos debates acerca do parto mais humanizado possível. Nesse contexto, a parteira contemporânea (ou enfermeira obstetra) tem formação baseada em evidências científicas dos principais órgãos de saúde e está 100% apta a realizar exames clínicos durante a gestação, parto e pós-parto.
O grande diferencial da parteira é sua preocupação com o recém nascido. Assim, a profissional preza pelo parto humanizado, visando a melhor recepção e maior aconchego para o bebê. Sua função também inclui a realização de medidas preventivas e a assistência apropriada à gestante no momento de dar a luz.
Seu trabalho, assim como o da Doula, também envolve a parte educacional da mulher. Todavia, seus ensinamentos se relacionam mais com os cuidados para com o bebê. Portanto, a parteira ensina a gestante sobre cuidados pré natais, preparação para a maternidade, saúde da mulher, saúde sexual/reprodutiva e cuidados infantis.
A parteira realiza nascimentos por conta própria. Logo, não necessita estritamente de uma equipe médica em seu trabalho, apenas é recomendado quando a gestante estiver em situação de risco. Entretanto, ela é capacitada para atender o parto normal sem complicações em qualquer possibilidade, pois identifica qualquer tipo de problema no parto que torna necessário uma intervenção.
Fontes: Bebê Abril ; Capitu (Estadão) ; Organização Mundial da Saúde (OMS).
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